segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Mulheres na Filosofia

A história da filosofia demonstra a presença de várias mulheres filósofas. Seus trabalhos não foram reconhecidos e difundidos por questões culturais, mas a filosofia desde as suas origens pertenceu ao gênero humano independente de gênero.

Antiguidade (Séc. XXIII)


EnheduanaFoi o primeiro ser humano de que se tem notícia a assinar suas próprias obras, sendo por isso a primeira pensadora da História. Foi também a primeira sacerdotisa (sábia, filósofa) do templo da deusa lua; nestes templos dirigia várias atividades, comércio, artes; também eram ensinados matemática, ciências e especialmente o movimento das estrelas e dos planetas. Escreveu 42 hinos para a deusa Inana e é por isso uma das principais fontes da mitologia suméria.


Antiguidade(Séc. IX - IV)



LopamudraFoi uma filósofa da Índia, que viveu em cerca de 800 a.C.; a ela deve-se um dos hinos do Rigveda e a disseminação dos mil nomes da Deusa mãe.

TemistocléiaFoi uma filósofa, matemática e uma alta profetisa de Delfos, que viveu no século VI a.C. e foi, segundo o filósofo Aristoxenos a grande mestra de Pitágoras, introduzindo-o aos princípios da ética, Depois de Pitágoras criar o termo filosofia, Temistocléia teria sido a primeira mulher filósofa do Ocidente.


MelissaMelissa foi uma filósofa e matemática pitagórica.


Safo de Lesbos(VII-VI a. C)Poetisa e educadora nascida em Mitilene, na ilha de Lesbos. Rivalizou com o poeta Alceo e, junto com ele, representa a criação da poesia lírica grega, em contraposição à poesia épica (Homero). Da sua obra conservaram-se dez livros.

Aristocleia (Século V a. C.) - Aristocléa (também Aristocleia; grego: Ἀριστόκλεια), (do século V a.C.) foi uma sacerdotisa grega em Delfos na Grécia Antiga. Ela foi citada por muitos antigos escritores como uma tutora do filósofo e matemático Pitágoras (Entre 580 a.C. - 500 a.C.).

Theano (546 a. C. -) - Nascida em 546 a.C., viveu na última parte do século VI a.C. foi uma matemática grega. É também conhecida como filósofa e física. Theano foi aluna de Pitágoras e supõe-se que tenha sido sua mulher. Acredita-se que ela e as duas filhas tenham assumido a escola pitagórica após a morte do marido.



Aspásia de Mileto (470-410 a. C.) -  Nascida    em     Mileto, pertenceu   ao   círculo   da   elite   de Atenas onde conhece Péricles   e   com   ele tem um filho. Como sofista da  época, Aspásia   também  nada  escreveu,   e   os   relatos   de  sua habilidade   como   argumentadora e  educadora, bem como sua  influência  política sobre Péricles encontram-se na obra de Platão.

Diotima de Mantinéia (427- 347 a C) - Personagem    criada por    Platão    é    apresentada    como    sábia   no   diálogo o  Banquete.  Não  se sabe ao certo se existiu, mas acredita-se que sim.  A  ela atribui-se toda a teoria socrático-platônica do amor.


Asioteia de Filos (393 – 270 a C) - Ensinava      física      na Academia   de   Platão   ao   lado   de   outras mulheres que frequentavam a escola.


Hipárquia de Maroneia - Aristocrata,      é     elogiada     por Diógenes  Laertios  pela  cultura  e raciocínio, comparando-a com Platão. Escreveu: “Cartas e Tragédias”.


Maria, a judia, ou Miriam (séc. I d C) - Viveu em Alexandria, seguidora  do  culto de Isis é considerada como a fundadora da alquimia.  Entre os  escritos está o livro de Magia  Prática. Atribui-se  a  ela  a  descoberta  do  ácido  clorídrico  e  é em homenagem  às  suas descobertas com o ponto de ebulição da água o nome de banho-maria.


Hipácia de Alexandria (415 d C) - Cultivou    superiormente as   matemáticas   e   a   filosofia.   Manteve viva a chama do pensamento   helênico   de   raiz ateniense numa Alexandria dilacerada      pelas      lutas     religiosas.     Foi brutalmente assassinada por uma multidão de fanáticos cristãos.


Idade Média(Séc. V - XIV)


Hildegarda de Bingen (1098-1179) - Conhecida como terapeuta e visionária. Vasta obra de ciência natural sobre biologia e botânica, astronomia e medicina. Fundou um monastério em 1165, seus escritos místicos e teológicos filosóficos são de inspiração platônica.

Heloísa de Paráclito (1101-1164) - Francesa, foi abadessa do convento de Paráclito, uma comunidade monástica fundada pelo filósofo Pedro Abelardo, seu professor e amante. A longa correspondência dos dois documenta a paixão e o debate que nutriam ao longo da vida (Correspondências ou Epístolas). Também escreveu um texto chamado “Problemata”.

Akka Mahadevi (1130-1160) - Suas Vachanas são consideradas uma forma de poesia didática e sua maior contribuição para a literatura Kannada Bhakti. A ela foi concedido o título honorífico Akka pela relevância da obra. Sabe-se que foi ativa em favor de causas femininas e do bem-estar das mulheres; participou de grupos de estudo em filosofia do Anubhavamantapa e de ascensão espiritual (Moksha; por ela nomeado de arivu).

Catalina de Siena (1347-1380) - Liderou uma comunidade heterodoxa de homens e mulheres, sendo considerada a última reformadora religiosa do período medieval. Escreveu “Diálogo da Doutrina Divina”.

Cristina de Pizan (1365-1431) - Considerada a primeira autora profissional. Sua obra mais famosa foi escrita em 1405, “A Cidade das Mulheres”. Questiona a autoridade masculina dos grandes pensadores e poetas que contribuíram para a tradição misógina e decide fazer frente às acusações e insultos contra as mulheres.


Idade Moderna(Séc. XV - XVIII)

Teresa de Jesus (de Ávila) (1515-1582) - A partir de 1562 começa a fundar monastérios das carmelitas descalças na Espanha, uma variante feminina da ordem da qual pertencia. Obras: “Caminho da Perfeição”, a autobiografia “Livro de sua Vida”, “Castelo Interior” ou “As Moradas”.

Louise Labé (1524-1566) - Francesa erudita, literata e música. Obras: “Sonetos”, “Debate entre a Loucura e o Amor”. Na dedicatória deste livro escreve uma espécie de manifesto das reivindicações femininas: o direito das mulheres à ciência e outros conhecimentos.

Oliva Sabuco (1525/30) - Médica e filósofa espanhola; foi pioneira em medicina psicossomática, apontando a necessidade de unir filosofia e medicina, corpo, alma, mente e demonstrando que até a cosmologia pode afetar a saúde humana. Escreveu uma obra holística com sete tratados sobre o assunto, publicada em 1587.

Mary Astell (1666-1731)Uma pensadora que unificou suas convicções filosóficas e religiosas em uma visão feminista. Inovou o campo moral e pedagógico de sua época. Obras: “A Serious Proposal to the Ladies for the Advancement of their true and greater Interests” e “By a lover of her Sex”.

Maria Gaetana Agnesi (1718-1799) - Foi     uma     linguista, filósofa   e   matemática italiana. Agnesi é reconhecida como tendo  escrito  o  primeiro  livro que tratou, simultaneamente, do  cálculo  diferencial  e  integral. Escreveu em latim a obra "Propositiones     philosophicae"    (Proposições Filosóficas), publicada em Milão em 1738; mas o que a tornou notável foi o  seu  compêndio  profundo  e  claro  de análise algébrica e infinitesimal   na   obra  "Instituzioni  Analitiche"  (Instituições Analíticas), traduzida para o inglês e para o francês.

Mary Wollstonecraft (1739- 1797) - Escreveu seu primeiro livro em 1787, “Pensamentos sobre a Educação das Filhas”, onde se percebe a influência de Locke e Rousseau. Em 1790 escreve a “Reivindicação dos Direitos dos Homens” e, em 1792, sua obra mais importante, um tratado político-filosófico intitulado “A Reivindicação dos Direitos das Mulheres”.

Olímpia de Gouges (1748-1793) - São  mais  de  quatro  mil páginas   de   escritos   revolucionários,   peças   de    teatro, panfletos, novelas, sátiras, utopias e  filosofia.  Foi presa por questionar  a  escravidão  dos  negros;  tomou  posições  em favor    dos    direitos    da    mulher   (divórcio, maternidade, educação   e   liberdade   religiosa)  e  defendeu oprimidos e humilhados  com tal dedicação será condenada à guilhotina, em 1793.  Das  obras  destacam-se:  “Memórias de Mme. De Valmont”, “Carta ao Povo”, “Os Direitos da Mulher e Cidadã”.

Harriet Taylor (1807 – 1858) - Foi uma filósofa e defensora dos direitos das mulheres. A estreita relação com Stuart Mill torna difícil dizer o quanto cada um assumiu o trabalho que produziram coletivamente, principalmente a obra The Subjection of Women.


Idade Contemporânea (Séc. XIX - XX)

Rosa de Luxemburgo (1871-1919) Publicava, em Paris, o Jornal A Causa Operária, em 1906. Participou sempre à esquerda das atividades do Partido Social Democrata Polonês e do III Congresso da Internacional Socialista. Foi presa diversas vezes. Em 1919 é assassinada pela polícia em uma prisão alemã. Obras: “Acumulação do Capital”, “Contribuição para a explicação do Imperialismo”, “Militarismo, guerra e classe operária”, “A revolução Russa.”



Lou Andreas-Salomé (1861-1937) - Em 1919 escreve seu primeiro ensaio de argumento psicológico, “O Erotismo”. Passou então a freqüentar o debate psicanalítico e encontrou os argumento que necessitava para articular seus maiores interesses: a arte, a religião e a experiência amorosa como pode se verificar em sua obra: “Reflexões sobre o problema do amor”, “Religião e Cultura”, “Jesus, o judeu”, “Meu agradecimento a Freud”.


Edith Stein (1891-1942) - Lecionava   na   Universidade   de Gottinger. E 1915 presta serviço a Cruz Vermelha.  Em 1925 dedica-se a uma intensa atividade, traduzindo  obras de São Tomás de Aquino e Newman e publicando  “Sobre o  Estado e a Fenomenologia de Husserl”. Interessou-se pela  questão feminina no campo filosófico e religioso,   publicando “Ethos” das profissões das mulheres. Morreu em 1942 em Auschwitz numa câmara de gás.

Maria Zambrano (1904-1991) - Em 1936 faz parte de um grupo de intelectuais que com missões pedagógicas, iniciam uma experiência de educação popular. A relação entre poesia e filosofia, o mito e a razão, a paixão e o intelecto, a obra e a ação, o papel dos intelectuais e o sentido da história parecem ser as principais preocupações de Maria Zambrano.

Hannah Arendt (1906-1975) - A partir de “As origens do Totalitarismo”, inicia uma reflexão dos acontecimentos de sua época; pensa de um modo novo a política e critica a tradição filosófica de seu tempo e seus contemporâneos. Obras: “A condição Humana”, “Entre o passado e o futuro”, “Crises da República”, “Eichmann em Jerusalém”, “A banalidade do mal”, “A vida do Espírito. O pensar, o querer e o julgar”


Simone de Beauvoir (1908-1986) - Representante do Existencialismo. Colaboradora da Revista Tempos Modernos. Nas décadas de 50 e 60 viajou pelo mundo debatendo sua produção filosófica, com grupos políticos e feministas. O “Segundo Sexo”, obra sobre a condição feminina, transformou-se em ícone do movimento feminista. Escreveu também: “Por uma moral da ambiguidade”, “A força das coisas” e “Balanço final”, entre outros.
Foi professora mas, seguindo seu impulso político, decidiu fazer parte da classe operária. Seus textos refletem suas experiências e suas intuições, bem como seu percurso pelo marxismo até a religião. Obras: “Reflexões sobre as Causas da liberdade e da opressão social”, “Reflexões sobre a Origem do Hitlerismo”, etc.

Simone Weil (1909-1943) - Ativista radical dos anos 70 no movimento político Black Power- as panteras negras. Debate os conceitos de liberdade e liberação, bem como a reflexão sobre o sexismo e racismo, ao lado da classe e o poder. Seus escritos trazem um pensamento transformador para a reflexão filosófica no século XX.

Susanne Langer (1895-1985) - Susanne Langer (Susanne Katherina Knauth, Nova Iorque, 20 de dezembro de 1895 — Nova Iorque, 17 de julho de 1985) foi uma grande especialista em filosofia da arte, seguidora de Ernst Cassirer. Sua publicação mais conhecida em português é Filosofia em Nova Chave, seus principais escritos enfocam o papel da arte no conhecimento humano. Entre suas principais influências destacam-se também o filósofo e matemático Alfred North Whitehead, o músico Heinrich Schenker, o filósofo da educação Louis Arnaud Reid, o psiquiatra e neurologista alemão Kurt Holdstein. Define a obra de arte como um símbolo presentacional que articula a vida emocional do ser humano.

Ayn Rand (1905-1982) - Ayn Rand foi uma escritora, dramaturga, roteirista e controversa filósofa estado-unidense de origem judaico-russa, mais conhecida por desenvolver um sistema filosófico chamado de Objetivismo. A filosofia e ficção enfatizam noções de individualismo, egoísmo racional, e capitalismo. Os romances preconizam o individualismo filosófico e liberalismo econômico.

Sarah Kofman (1934–1994) - Foi uma filósofa francesa com mais de 20 livros publicados, sobre diferentes assuntos; estudos sobre a mulher na psicanálise freudiana (considerada a mais completa análise sobre a sexualidade feminina em Freud), a trajetória da mulher na filosofia ocidental e estudos sobre Nietzsche.

Julia Kristeva (1941) - É uma filósofa búlgara-francesa. Erudita, é autora vários livros em variadas áreas de conhecimento, como arte, linguística, feminismo e pós-estruturalismo.



Fonte de pesquisa: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mulheres_na_filosofia

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