quinta-feira, 7 de março de 2013

Branca de Castela

Branca de Castela (Palência, Espanha, 4 de Março de 1188 - Melun, França, 27 de Novembro de 1252), chamada Blanca em espanhol ou Blanche em francês, foi uma princesa castelhana, rainha consorte de Luís VIII de França e depois regente do seu filho São Luís. Era filha de Afonso VIII de Castela e Leonor Plantageneta, e portanto também neta dos monarcas Leonor da Aquitânia e Henrique II da Inglaterra.


Consorte de Luís VIII

Depois de um longo conflito, Filipe II de França e João I da Inglaterra pretendiam assinar um tratado de paz entre os seus dois países. Nos termos deste tratado, era suposto a princesa Urraca ficar noiva do príncipe Luís de França. Mas ao visitar as suas netas em Castela, Leonor da Aquitânia foi de opinião que a personalidade de Branca era mais adequada para ser rainha da França, e assim foi esta quem acompanhou a avó na Primavera de 1200. Urraca casaria oito anos depois com o infante Afonso de Portugal.

Em 22 de Maio de 1200, Filipe Augusto e João Sem Terra assinaram finalmente o tratado de Goulet. João cedeu à sua sobrinha os feudos de Issoudun e Gracay, juntamente com os de André de Chauvigny, senhor de Châteauroux, em Berry. O casamento foi celebrado no dia seguinte em Portmort, na margem direita do rio Sena, território de João, uma vez que os de Filipe estavam sobre um interdicto (sanção equivalente a uma excomunhão, aplicada a um território, com a proibição da celebração de ritos religiosos).

Branca começou a mostrar as suas qualidades de estadista em 1216, quando Luís reclamou a coroa inglesa para a sua esposa, invadindo a Inglaterra a pedido da nobreza inglesa, revoltada contra João Sem Terra. Mas o apoio dos rebeldes cessou com a morte de João, poucos meses depois. Aliados em torno de Henrique III da Inglaterra, os ingleses uniram-se contra o agora invasor francês. Filipe Augusto recusou envolver-se e Branca foi um importante apoio a Luís. Estabeleceu-se em Calais e organizou duas frotas e um exército sob o comando de Roberto of Courtenay, que acabariam por ser derrotados pelos ingleses.

Quando Filipe II de França morreu, Luís VIII sucedeu-o e foi coroado em 6 de Agosto de 1223, juntamente com Branca, na catedral de Reims. A maioria dos monarcas capetianos enfrentou crises dinásticas ao ter dificuldades em gerar um herdeiro. Branca de Castela foi uma rainha particularmente bem sucedida nesta questão, dando à luz mais de uma dezena de crianças. Ao educar os seus filhos nos mais rígidos princípios morais e religiosos ganhou também a aprovação do clero.

Regente de Luís IX


Após a morte de Luís VIII em 1226, Branca tornou-se regente em nome do filho Luís IX de França de doze anos de idade. Apesar da grande aceitação como rainha consorte, agora enfrentava a hostilidade da nobreza francesa, provavelmente devido a ser mulher e estrangeira, apoiada em outro estrangeiro, o cardeal Romano Frangipani de Santo-Ângelo, legado papal e preceptor do jovem rei. Mas, acima de tudo, os nobres desejavam aproveitar uma debilidade da autoridade real para retomar as prerrogativas políticas que um século de progresso do poder real lhes tinha retirado.

Branca só conseguiu dissolver esta coligação ao dividir os barões, impressionados pelos seus preparativos bélicos ou conquistados pela hábil diplomacia. Na conclusão do tratado de Meaux-Paris de 1229, conseguiu organizar a tomada dos capetianos sobre o Languedoc. No ano seguinte repeliu um ataque inglês e resistiu aos boatos de ligações ilícitas com o cardeal Frangipani e com Teobaldo IV de Champagne. Paralelamente, apoiou-se na obra reformadora de Bernardo de Claraval para fundar as abadias de Royaumont em 1228 e de Maubuisson em 1236.

São Luís reconheceu dever-lhe o seu reino, ele mesmo afetado pela personalidade imperiosa da mãe. Mesmo depois da maioridade em 1234, manteve a grande influência política de Branca. Foi a ela que confiou mais uma vez a regência durante a Sétima Cruzada ao Egito, projeto a que a castelhana se opunha. Na campanha desastrosa que se seguiu, ela manteve a paz, simultaneamente retirando homens e dinheiro do reino para auxiiar o seu filho no Oriente.

A rainha mãe soube triunfar sobre as coligações formadas contra a sua pessoa e contra a monarquia pelos grandes vassalos, governando com inteligência, e pôs fim ao conflito contra os cátaros. Foi celebrada pela sua beleza tanto quanto pela sagacidade, inspirando uma arrebatada paixão ao conde Teobaldo IV de Champagne, que a apoiou politicamente e a cantou na sua poesia. No final da sua vida retirou-se em Melun, onde morreu em 1252.

Artigo publicado pelo site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Branca_de_Castela


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