Patrícia Rehder Galvão, conhecida pelo pseudônimo de Pagu, (São João da Boa Vista, 9 de junho de 1910 — Santos, 12 de dezembro de 1962 ) foi uma escritora, poeta, diretora de teatro, tradutora, desenhista e jornalista brasileira. Teve grande destaque no movimento modernista iniciado em 1922, embora não tivesse participado da Semana de Arte Moderna, tendo na época apenas doze anos de idade.
Militante comunista, foi a primeira mulher presa no Brasil por motivações políticas.
Militante comunista, foi a primeira mulher presa no Brasil por motivações políticas.
Retrato de Pagu feito no final da década de 1920.
Biografia
Bem antes de se tornar Pagu, apelido que lhe foi dado pelo poeta Raul Bopp, Zazá, como era conhecida em família, já era uma mulher avançada para os padrões da época, pois cometia algumas “extravagâncias” como fumar na rua, usar blusas transparentes, manter os cabelos bem cortados e eriçados e dizer palavrões. Seu comportamento não era compatível com sua origem familiar, proveniente de uma família conservadora e tradicional.
Em 1925, com quinze anos, passou a colaborar no Brás Jornal, assinando Patsy.
Embora tenha se tornado musa dos modernistas, Pagu não participou da Semana de Arte Moderna. Tinha apenas 12 anos em 1922, quando a Semana se realizou. Entretanto, com 18 anos, mal completara o curso na Escola Normal da Capital (São Paulo, 1928) se integra ao movimento antropofágico, de cunho modernista, sob a influência de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. O apelido Pagu surgiu de um erro do poeta modernista Raul Bopp, autor de Cobra Norato. Bopp inventou este apelido ao dedicar-lhe um poema, porque imaginou que seu nome fosse Patrícia Goulart e por isso fez uma brincadeira com as primeiras sílabas do nome.
Bem antes de se tornar Pagu, apelido que lhe foi dado pelo poeta Raul Bopp, Zazá, como era conhecida em família, já era uma mulher avançada para os padrões da época, pois cometia algumas “extravagâncias” como fumar na rua, usar blusas transparentes, manter os cabelos bem cortados e eriçados e dizer palavrões. Seu comportamento não era compatível com sua origem familiar, proveniente de uma família conservadora e tradicional.
Em 1925, com quinze anos, passou a colaborar no Brás Jornal, assinando Patsy.
Embora tenha se tornado musa dos modernistas, Pagu não participou da Semana de Arte Moderna. Tinha apenas 12 anos em 1922, quando a Semana se realizou. Entretanto, com 18 anos, mal completara o curso na Escola Normal da Capital (São Paulo, 1928) se integra ao movimento antropofágico, de cunho modernista, sob a influência de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. O apelido Pagu surgiu de um erro do poeta modernista Raul Bopp, autor de Cobra Norato. Bopp inventou este apelido ao dedicar-lhe um poema, porque imaginou que seu nome fosse Patrícia Goulart e por isso fez uma brincadeira com as primeiras sílabas do nome.
Com 18 anos, mal completara o Curso na Escola Normal da Capital (São Paulo, 1928)
Em 1930, um escândalo para a sociedade conservadora de então: Oswald separa-se de Tarsila e casa-se com Pagu. Especula-se que eles eram amantes desde a época em que Oswald era casado. No mesmo ano nasceu Rudá de Andrade, segundo filho de Oswald e primeiro de Pagu. Os dois se tornaram militantes do Partido Comunista Brasileiro.
Da esquerda para a direita: Pagu, Elsie Lessa, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Eugênia Álvaro Moreyra por volta de 1928
Ao participar da organização de uma greve de estivadores em Santos, Pagu foi presa pela polícia política de Getúlio Vargas. Foi a primeira de uma série de 23 prisões ao longo da vida. Logo depois de ser solta, em 1933, partiu para uma viagem pelo mundo, deixando no Brasil o marido e o filho. No mesmo ano publicou o romance Parque Industrial, sob o pseudônimo de Mara Lobo.
Pagu e Oswald de Andrade
Em 1935 foi presa em Paris como comunista estrangeira, com identidade falsa, sendo repatriada para o Brasil. Separou-se definitivamente de Oswald, após muitas brigas e ciúmes. Retomou sua atividade jornalística, sendo novamente presa e torturada pelas forças da ditadura de Getúlio Vargas, ficando na cadeia por cinco anos. Nesses cinco anos, seu filho foi criado por Oswald.
Patrícia na década de 1930
Ao sair da prisão, em 1940, rompeu com o Partido Comunista, passando a defender um socialismo de linha trotskista. Integrou a redação de A Vanguarda Socialista junto com seu marido Geraldo Ferraz, o crítico de arte Mário Pedrosa, Hilcar Leite e Edmundo Moniz.
Ao participar da organização de uma greve de estivadores em Santos, Pagu é presa pela polícia política de Getúlio Vargas.
Casou novamente com Geraldo Ferraz, e desta união nasceu seu segundo filho, Geraldo Galvão Ferraz, em 18 de junho de 1941. Passou a morar com os dois filhos e o marido.
Nesta mesma época viaja à China, obtendo as primeiras sementes de soja que foram introduzidas no Brasil.
Em 1945 lançou novo romance, A Famosa Revista, escrito em parceria com o marido Geraldo Ferraz. Tentou, sem sucesso, uma vaga de deputada estadual nas eleições de 1950.
Em 1952 frequentou a Escola de Arte Dramática de São Paulo, levando seus espetáculos a Santos. Ligada ao teatro de vanguarda, apresentou sua tradução de A Cantora Careca de Ionesco. Traduziu e dirigiu Fando e Liz de Fernando Arrabal, numa montagem amadora onde estreava o jovem artista Plínio Marcos.
Conhecida como grande animadora cultural em Santos, passou a residir com o marido e os dois filhos. Conviveu e incentivou jovens talentos santistas que apenas começavam suas carreiras, como o ator e dramaturgo Plínio Marcos e o compositor Gilberto Mendes. Dedicou-se em especial ao teatro, particularmente no incentivo a grupos amadores.
Ainda trabalhava como crítica de arte, quando foi acometida de um câncer. Viajou a Paris para se submeter a uma cirurgia, sem resultados positivos. Decepcionada e desesperada por estar doente, Patrícia tentou o suicídio, o que não se concretizou. Sobre o episódio, escreveu no panfleto "Verdade e Liberdade": "Uma bala ficou para trás, entre gazes e lembranças estraçalhadas". Voltou ao Brasil e morreu em 12 de dezembro de 1962, em decorrência da doença.
Em 2004 a catadora de papel Selma Morgana Sarti, em Santos, encontrou no lixo uma grande quantidade de fotos e documentos da escritora e do jornalista Geraldo Ferraz, seu último companheiro. Estes fazem parte atualmente do arquivo da UNICAMP.
Em 2005, a cidade de São Paulo comemorou os 95 anos de nascimento de Pagu com uma vasta programação, que incluiu lançamento de livros, exposição de fotos, desenhos e textos da homenageada, apresentação de um espetáculo teatral sobre sua vida e inauguração de uma página na Internet. No dia exato de seu nascimento, convidados compareceram com trajes de época a uma festa Pagu, realizada no Museu da Imagem e do Som.
Outra faceta de Pagu é como desenhista e ilustradora. Participou da Revista de Antropofagia, publicada entre 1928 e 1929, entre outras. Recentemente foi publicado o livro Caderno de Croquis de Pagu, com uma coletânea de trabalhos da artista, bem como foi realizada uma exposição de alguns de seus desenhos na Galeria Hermitage.
Outra faceta de Pagu é como desenhista e ilustradora.
Literatura
Pagu publicou os romances Parque Industrial (edição da autora, 1933), sob o pseudônimo Mara Lobo, considerado o primeiro romance proletário brasileiro, e A Famosa Revista (Americ-Edit, 1945), em colaboração com Geraldo Ferraz. Parque Industrial foi publicado nos Estados Unidos em tradução de Kenneth David Jackson em 1994 pela Editora da University of Nebraska Press.
Escreveu também contos policiais, sob o pseudônimo King Shelter, publicados originalmente na revista Detective, dirigida pelo dramaturgo Nelson Rodrigues, e depois reunidos em Safra Macabra (Livraria José Olympio Editora, 1998).
Em seu trabalho, junto a grupos teatrais, revelou e traduziu grandes autores até então inéditos no Brasil como James Joyce, Eugène Ionesco, Fernando Arrabal e Octavio Paz.
Escreveu também contos policiais, sob o pseudônimo King Shelter, publicados originalmente na revista Detective, dirigida pelo dramaturgo Nelson Rodrigues, e depois reunidos em Safra Macabra (Livraria José Olympio Editora, 1998).
Em seu trabalho, junto a grupos teatrais, revelou e traduziu grandes autores até então inéditos no Brasil como James Joyce, Eugène Ionesco, Fernando Arrabal e Octavio Paz.
Representações na cultura
Sua literatura já foi tema de dissertações de mestrado. No livro A "moscouzinha" brasileira: cenários e personagens do cotidiano operário de Santos (1930 - 1954). São Paulo, Humanitas, 2007 é retratado um conflito em Santos em 1931 que contou com a participação de Patrícia Galvão e resultou na morte de um ensacador.
Em 1988, a vida de Pagu foi contada no filme Eternamente Pagu (1987), no primeiro longa metragem dirigido por Norma Benguell, com Carla Camurati no papel-título, Antônio Fagundes como Oswald de Andrade e Esther Góes no papel de Tarsila do Amaral.
Foi tema de dois documentários, o primeiro baseado na obra de Lúcia Maria Teixeira Furlani “Patrícia Galvão – livre na imaginação no espaço e no tempo” (Editora Unisanta, 1988), com o título homônimo e ganhador do prêmio Exu Jorge Amado, da Jornada Internacional de Cinema da Bahia, sob a direção de seu filho com Oswald de Andrade, Rudá de Andrade e também do cineasta, Marcelo Tassara. Outro pelo cineasta Ivo Branco, com o título Eh, Pagu!, Eh!. Aparece como personagem do filme O Homem do Pau Brasil.
Foi retratada como personagem na minissérie Um Só Coração (2004), interpretada por Miriam Freeland.
Há uma canção homônima, Pagu, composição de Rita Lee e Zélia Duncan. Já interpretada por Maria Rita (álbuns Maria Rita e Segundo: Ao Vivo ).
A história de Pagu também chegou aos palcos do teatro. No ano do centenário de seu nascimento entrou em cartaz o espetáculo Dos Escombros de Pagu, baseado no livro homônimo assinado por Tereza Freire.
Sua literatura já foi tema de dissertações de mestrado. No livro A "moscouzinha" brasileira: cenários e personagens do cotidiano operário de Santos (1930 - 1954). São Paulo, Humanitas, 2007 é retratado um conflito em Santos em 1931 que contou com a participação de Patrícia Galvão e resultou na morte de um ensacador.
Em 1988, a vida de Pagu foi contada no filme Eternamente Pagu (1987), no primeiro longa metragem dirigido por Norma Benguell, com Carla Camurati no papel-título, Antônio Fagundes como Oswald de Andrade e Esther Góes no papel de Tarsila do Amaral.
Foi tema de dois documentários, o primeiro baseado na obra de Lúcia Maria Teixeira Furlani “Patrícia Galvão – livre na imaginação no espaço e no tempo” (Editora Unisanta, 1988), com o título homônimo e ganhador do prêmio Exu Jorge Amado, da Jornada Internacional de Cinema da Bahia, sob a direção de seu filho com Oswald de Andrade, Rudá de Andrade e também do cineasta, Marcelo Tassara. Outro pelo cineasta Ivo Branco, com o título Eh, Pagu!, Eh!. Aparece como personagem do filme O Homem do Pau Brasil.
Foi retratada como personagem na minissérie Um Só Coração (2004), interpretada por Miriam Freeland.
Há uma canção homônima, Pagu, composição de Rita Lee e Zélia Duncan. Já interpretada por Maria Rita (álbuns Maria Rita e Segundo: Ao Vivo ).
A história de Pagu também chegou aos palcos do teatro. No ano do centenário de seu nascimento entrou em cartaz o espetáculo Dos Escombros de Pagu, baseado no livro homônimo assinado por Tereza Freire.
Fonte de pesquisa: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pagu
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